A endometriose é uma doença caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial em áreas fora da cavidade endometrial. Apesar da cavidade pélvica ser o local mais comumente afetado, implantes endometrióticos extra pélvicos tem sido descritos. Estudos mostram a concomitância entre sinais e sintomas ginecológicos e gastrintestinais. Dentre eles, a dor referida é o sintoma mais comum, podendo ser dividida entre dismenorreia, dispareunia profunda e dor pélvica crônica. Apesar de ser um componente muito importante, o mais visto e queixado, a dor não vem sozinha, ela pode vir acompanhada de infertilidade, alterações urinarias e intestinais durante o ciclo menstrual. Dentre os sintomas gastrintestinais, vemos sangramento retal, dor retal irradiada ao períneo, diarreia e constipação.
A constipação é uma afecção do sistema digestivo, cada vez mais comum, associado também aos maus hábitos de vida. É definida como uma dificuldade persistente para evacuar ou a sensação de evacuação incompleta e/ou movimentos intestinais pouco frequentes. Os distúrbios evacuatórios podem ter uma parcela significativa na população oriundo de disfunções dos músculos do assoalho pélvico, danos causados a musculatura pélvica e a sua inervação. Uma variedade de abordagens não farmacológicas para constipação são recomendadas, incluindo pratica de atividade física regular, bem como fisioterapia com biofeedback.
A fisioterapia tem grande importância no tratamento das patologias que afligem o assoalho pélvico, como a constipação intestinal, tendo como finalidade aprimorar a função desses músculos, estimular a propriocepção da musculatura, reduzir ou eliminar a limitação funcional. Dentre as técnicas utilizadas, a conscientização perineal, que se baseia em aprendizado e percepção da musculatura, através de contrações voluntarias e repetitivas, apresenta grande influência e efeitos significativos na musculatura do assoalho pélvico, aumentando a força muscular e a resistências, permitindo maior capacidade de contração reflexa voluntaria e melhora da função esfincteriana, possibilitando assim uma melhor qualidade de vida das pacientes.